Combate às lagartas

O Técnico Agrícola Cristiano Carlos Laste, Chefe do escritório da Emater/AscarRS de Nova Bréscia traz, neste artigo, dicas para o controle biológico de lagartas com a Vespa parasitoide Trichogramma sp.
 
O que é Trichogramma?
Trichogramma sp é um gênero de vespas parasitoides de ovos de inúmeras espécies de praga da ordem Lepidoptera (mariposas e borboletas), sendo importantes e reconhecidos agentes de controle biológico em sistemas de produção agrícola. Esse gênero tornou-se um dos grupos de insetos mais utilizados no mundo no controle de lepidópteros em algodão, cana-de-açúcar, frutíferas, hortaliças, trigo, milho e florestas.
Trichogramma sp parasita os ovos de inúmeras espécies de praga. As vespas apresentam como principal vantagem a possibilidade de controlar a praga antes que sejam causados danos à cultura.
 
Como se criam as vespinhas no laboratório?
Para a criação do Trichogramma, utiliza-se um hospedeiro alternativo. Os hospedeiros alternativos possibilitam o desenvolvimento das vespinhas de forma semelhante de seu hospedeiro praga preferencial.
No laboratório, adultos do hospedeiro alternativo são criados. Depois do acasalamento, as fêmeas colocam seus ovos, que, numa etapa posterior, são separados, recolhidos e esterilizados com luz ultravioleta, inviabilizando o embrião do hospedeiro. Em seguida, os ovos são oferecidos à vespinha de Trichogramma, que põe de um a dois ovos dentro do ovo do hospedeiro.
Os ovos parasitados do hospedeiro, que já contém a larva da vespinha Trichogramma sp, são colocados nas embalagens definitivas para sua distribuição na lavoura.
 
Como é apresentado o produto?
O produto é apresentado em cartelas biodegradáveis com mais de 2 mil ovos de um hospedeiro alternativo parasitado pela vespa Trichogramma sp. As cartelas são colocadas na plantação. Depois que as vespinhas eclodem dos ovos, elas saem voando da cartela e iniciam o processo de busca dos ovos da praga para parasitar-lhes.
 
Como se devem distribuir as cartelas na área alvo?
Quanto mais uniforme for a liberação dos insetos, melhor será a eficiência do controle. Como o inseto só voa 10 metros durante sua curta vida, de uma semana, as cartelas precisam ser posicionadas num raio de 20 metros uma das outras, o que totalizaria uns 60 pontos/ha.
 
Quando devemos colocar as cartelas?
A aplicação deve ser feita, de preferência, na tardinha anterior à data de eclosão. Em caso de previsão de chuvas pesadas para o dia da eclosão pode-se retardar o nascimento colocando as cartelas de ovos parasitados na parte inferior da geladeira (em torno de 6ºC, onde ficam as verduras) no dia anterior à data de eclosão. Em casos de temperaturas muito altas, acima de 28 a 30ºC a eclosão pode ser antecipada, Lavouras de agosto/setembro – encomendar para colocar no campo em 15 dias após a emergência ou acompanhar até que tenha presença de ataque de lagartas na lavoura, para garantir que tenham ovos para serem parasitados (depende do avanço do inverno – varia de ano para ano).
Lavouras de novembro em diante - encomendar para colocar no campo em 7 a 10 dias após a emergência. Em lavouras de hortaliças precisa-se ficar mais atento a presença de adultos ovipositando, com reaplicações mais frequentes conforme a implantação das culturas e o estágio de desenvolvimento e os riscos ao dano.
Sabemos que a vespinha se reproduz no ambiente enquanto tiver ovos para parasitar, então em casos em que reduz muito os adultos de lepidópteros nas lavouras, é necessária a reaplicação.
 
Qual é o custo de tratamento?
Além das vantagens do controle biológico sobre o uso de inseticidas químicos anteriormente citados, o custo também é um aspecto positivo, numa média de R$ 20,00 ao hectare.
 
Maiores informações e realização dos pedidos procure o Escritório Municipal da ASCAR/EMATER-RS de Nova Bréscia.

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