Bresciense luta para participar das Paralimpíadas do Rio

Há seis anos, a bresciense Rudiéia Manica descobriu uma nova forma de viver. Paraplégica desde 1990, ela busca na esgrima uma forma de superação.
A história desta brescienses começou em Linha Caçador. Décima primeira filha do casal de agricultores Vilma Mello Manica e Aquilino Alberto Manica (ambos já falecidos), muito cedo foi morar com o irmão, para estudar e cuidar do sobrinho.
Em janeiro de 1990, foram de férias para Caxias do Sul. Lá, ela e a familha foram a um baile. Na volta, um chevete foi ultrapassar e atingiu Rudinéia e o companheiro que estavam numa moto. Ele morreu e ela ficou paraplégica.
“No começo foi muito difícil, tive que aprender a viver em uma cadeira de rodas, cada dia um obstáculo, eu que sempre fui livre, amava dançar, correr subir em árvores, agora na cadeira não podia mais. Além de ficar muito revoltada com minha situação, recebi o diagnóstico médico de que eu não poderia ser mãe” – lembra a atleta.
Mas, no ano de 2006, ela conta que “provei pra mim e a para a medicina que quando se quer, tudo se pode”. Ela deu a luz a um menino, Wesley. Já em casa, sozinha em uma cadeira de rodas, chegou a se perguntar como iria cuidar do filho. 
“Mais uma vez Deus prova que tudo se pode quando se quer. Passei então a viver pra ele, parei de estudar e me dediquei exclusivamente pra ele, um dia de cada vez” – conta Rudinéia. 
No ano de 2010, mais uma grande mudança em sua vida. Ela conheceu um rapaz, também cadeirante, que a convidou pra jogar esgrima. Ela conta que foi ao treino e gostou. Experimentou ainda outros esportes, como tiro, vela e karte, mas a paixão foi pela esgrima. Ainda em 2010, com apenas dois meses de treino, participou do seu primeiro campeonato, o Campeonato Brasileiro em Curitiba, quando conquistou a medalha de bronze. 
“Desde então não parei mais, conquistando muitas medalhas. Em 2011, participei do Regional das Américas, quando fiquei em 5º lugar.” – relata.
Rudinéia conta que a esgrima não trouxe a ela somente viagens e medalhas, trouxe também autoestima, mais independência na sua vida, que melhorou em todos os sentidos. Hoje, ela sai na rua sozinha de cadeira de rodas, vai a qualquer lugar, dirige e dificilmente pede ajuda para alguém. 
Em 2014, ela e o filho de 17 anos entraram juntos para a faculdade, um sonho que tinha sido adiado por algum tempo. Agora em 2016, Rudinéia tem mais um objetivo a ser alcançado: participar do Regional das Américas, no qual quem se classificar terá a vaga garantida para as paralimpíadas do Rio 2016. 
“Será uma competição muito difícil, pois vou competir com Argentina, Chile, Estados Unidos e Canadá, países muitos fortes. Mas minha meta é estar nas paralimpíadas do Rio. A esgrima é um esporte muito caro, e que me exige muito treino e dedicação. Treino das 9h às 16h e à noite vou pra faculdade, onde faço Serviço Social. Se hoje ainda faço esgrima é por amor ao esporte, porque não tenho patrocínio e é um esporte que te exige treino físico e técnico, (aula individual com os mestres)” – diz a atleta.
Para participar do Regional, ela precisa de uma cadeira de jogo feita sobre medidas que custa R$ 4.200,00, além de três espadas e três florestes, no valor de R$ 3mil . Ela ainda precisa investir em aulas de treino técnico e físico que custam R$ 70,00 cada. 
“Preciso muito de ajuda para alcançar meu objetivo que é a Paralimpíadas do Rio. Em março terá a Copa Brasil 2016, em São Paulo; em maio será o Regional das Américas; após, a segunda Copa Brasil e o Campeonato Brasileiro. Se alguém quiser me patrocinar posso ir até vocês ou lhes enviar o projeto. Sou atleta de um dos maiores clubes de Porto Alegre, o Clube Grêmio Náutico União com parceria com a Assasepode. Meu contato é (51)91181919 ou email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.”.
A atleta deseja representar sua terra natal neste evento mundial e trazer mais uma medalha para a sua coleção, que já conta com 28 medalhas, entre ouro, prata e bronze. Desde que entrou para a esgrima vem mantendo-se entre as três primeiras atletas do ranking Brasileiro, na sua categoria.
 
Rudiéia Manica, atleta de esgrima paralímpica
 
 
 

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