História resgatada

Uma importante personagem da história de Nova Bréscia está sendo resgatada pela família Berti. A antiga casa da família, localizada no trevo entre os Tigrinhos Alto e Baixo, está sendo restaurada.
A casa, construída há mais de 60 anos por Izidoro Berti, era um ponto de referência nas décadas passadas, quando funcionava como casa de vendas, bodega e até mesmo salão de baile. A filha mais velha de Izidoro e Irma Berti, Lourdes, sempre teve o sonho de trazer a casa de volta para a família, desejo realizado recentemente ao lado do marido Alcides. Seus irmãos apoiaram a decisão e estão contribuindo com a restauração do grande casarão.
No local do atual casarão, existia uma casa menor, que foi comprada por Izidoro e Irma. Nela, além do casal, moraram os pais de Izidoro, José e Maria. Mais tarde, a família construiu a atual casa, maior, com espaço para moradia e para casa de comércio. Nela moravam também o irmão de Izidoro, Benjamin Berti, sua esposa Geni e os filhos Luís Carlos e Neusa. Ermindo Berti, também irmão de Izidoro, morou no casarão até se casar. A casa também foi o lar de todos os sete filhos de Izidoro e Irma: Lourdes, Paulo, Marli, Nestor, Vilmar, Osmar e Tânia.
Além de ser o lar desta grande e unida família, a casa era um forte comércio da época, atendendo aos moradores dos Tigrinhos e das comunidades próximas. Tudo era vendido a granel. Lourdes lembra dos grandes sacos com açúcar, sal, erva. Tudo era embalado em trouxas de papel.  Também vendia fumo e bebidas. O local era ponto de encontro dos homens das comunidades próximas, que vinham todos os finais de tarde e nos fins de semana jogar cartas. 
Os bailes promovidos pela família Berti no casarão eram famosos na época. Realizavam dois a três bailes por ano, sempre com um grande público. Os bailes de carnaval eram os mais concorridos, com pessoas de todo o município participando. O salão de baile foi construído anexo à casa, que no resto do ano era usado como depósito. Lourdes lembra que a festa começava no entardecer e ia até de manhã. “Até os Corsários tocaram lá”, recorda Lourdes.
A casa era também uma referência para o Padre da época. Era lá que ele ficava quando ia rezar missa em um dos Tigrinhos num dia, e no outro Tigrinho no dia seguinte. A religiosidade fazia parte da família, que, nos Natais, construía um grande Presépio na sala de visitas. Lourdes lembra que a sala ficava toda decorada com laguinhos, estradinhas feitas com musgos e pedras, tudo colhido na mata para enfeitar o presépio. Nas noites de Natal, os moradores da comunidade vinham na missa na Igreja Matriz no caminhão de Izidoro, mas antes passavam no casarão para ver o presépio da família.
Por volta de 1975, a família mudou-se para o centro da cidade, onde estabeleceu seu comércio. A casa foi vendida para Tchesco Zonatto. Este, por sua vez, vendeu para Décio Valer que, posteriormente, vendeu para Arcângelo Schena. Recentemente, Lourdes e seu marido Alcides Valer compraram a propriedade, devolvendo à família Berti parte de sua história.
Agora, a família pretende restaurar a casa, mantendo suas características originais. Quer usá-la como um ponto de encontro da família. E a primeira festa já está marcada: o fim de ano será nela. 
 

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